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A Festa é liberdade
A Festa é uma festa
A Festa é uma bandeira
Música
Desta grande paleta de construção que é a Festa, faz, há 45 anos e como tão bem sabeis, parte integrante a Música.
Cinema
O Cinema assume-se cada vez mais como uma presença incontornável na Festa do Avante! mostrando aquilo que de melhor se faz em Portugal na área da ficção e do documentário, em longas e curtas-metragens.
Teatro
São incontáveis as companhias e actores portugueses que passaram pelo Avanteatro e que aqui encontram uma ocasião diferente e única de partilhar os seus trabalhos, plenos de mensagem.
Debates
Porque o mundo é a nossa tarefa, promovemos dezenas de debates nos quais discutimos o nosso projecto de sociedade e as nossas propostas para os dias de hoje.
Desporto
São incontáveis as provas, iniciativas e demonstrações desportivas que a Festa do Avante! tem promovido ao longo do tempo e das mais variadas modalidades, envolvendo clubes, atletas e gente curiosa e com vontade.
Gastronomia
A gastronomia faz parte da cultura e das tradições de um povo. E é com essa perspectiva que as Organizações Regionais trazem à Quinta da Atalaia o melhor da gastronomia de cada região, valorizando este património único.
A Festa das crianças
Em todos os palcos as crianças são bem-vindas e têm programação dedicada, seja na música, no teatro ou no cinema.
Livros
Dezenas de editoras, milhares de livros de todos os géneros, uma rica e diversificada programação no auditório, e muitas novidades
Artes plásticas
É no Espaço das Artes que os visitantes encontram um lugar dedicado às exposições de arte
Ciência
A presença da ciência na Festa do Avante!, com um espaço dedicado, contribui de forma indelével para o carácter único deste evento e que faz dele muito mais do que um festival de música.
A festa do mundo
A solidariedade entre os povos e os trabalhadores de todo o mundo tem expressão na Festa
Espaço Central
É o coração da Festa do Avante!. Neste lugar o visitante pode tomar contacto com exposições políticas, exposições culturais e vários espaços de debate.
1976
Não coubemos todos lá, nos pavilhões e nos espaços abertos da FIL, nessa primeira Festa do Avante!, que desde logo conquistou a adesão de amplas e variadas camadas da população. De Lisboa, sim, mas também de todo o País, chegaram os visitantes para aquela que se viu desde logo vir a ser a maior manifestação político-cultural de Portugal. Artistas de todo o mundo fizeram brilhar esses três dias. Vindos da URSS e de outros países socialistas. Quem não se lembra do Oktober Club, da RDA? Dos italianos do Canzoniere Internazionale? Do catalão Pi de la Serra? Do nosso saudoso Adriano Correia de Oliveira?
1977
Jamor. Um vastíssimo terreiro que foi preciso afeiçoar. Espaço demasiado grande, diziam. Houve quem nos quisesse «enterrar» ali. Mas a multidão que invadiu o espaço e se distribuiu pelos sete palcos montados a pulso pelo trabalho militante, tornou o Jamor numa verdadeira cidade. De noite, as luzes da Festa brilhavam profusamente sobre as variadas actividades propostas. Houve Teatro, com o Grupo de Campolide, houve a primeira Bienal, com o Hogan, o Bartolomeu Cid, o Jorge Vieira, tantos outros artistas. O coro dirigido pelo Lopes Graça e o Carlos Paredes.
1978
De novo no Jamor. Ary dos Santos, de voz ainda viva, dizia «As Portas que Abril Abriu». Homenagem a Manuel da Fonseca. Da Tchechénia (quem se lembra hoje?) vieram os 55 dançarinos soviéticos do grupo «Vainakh». A revista à portuguesa fazia a sua entrada na Festa com uma recolha de quadros de Artur Ramos e Francisco Nicholson e um brilhante conjunto de artistas em que se destacava Ivone Silva. Foi o ano da exposição da Foice e do Martelo, mãos populares a tratarem em arte o símbolo comunista. O ano em que vieram os jogos populares, e o desporto nas suas variadas modalidades.
1979
No Alto da Ajuda, desta vez, e por alguns anos. Com o Tejo em fundo. Foi preciso desbastar aquela dura terra vulcânica, amanhá-la para a grande cidade festiva, cravada na verdura de Monsanto. Refazer tudo - avenidas, abastecimento de luz e água, esgotos. Reconstruir o vasto palco principal. Sons da Festa - Mercedes Sosa, da Argentina; Jabula, da África do Sul; Max Roach, dos EUA. E a música popular portuguesa, claro. O escritor homenageado foi Armindo Rodrigues. A Bienal era ali, e tinha nomes como Vasco da Conceição e António Domingues.
1980
Sei que estás em festa, pá, tanto mar, tanto mar... O mar não foi tanto que a voz de Chico Buarque não chegasse à Ajuda, vibrando comovidamente com a multidão que o acompanhou... Outras vozes entravam na Festa pela primeira vez, como a voz inesquecível de Zeca Afonso. E as de Adriano, Fausto, Luísa Basto, Sérgio Godinho. Vozes portuguesas numa Festa que homenageava Camões no quarto centenário da morte do Poeta. Na Cidade da Juventude, os sons do jazz, que vinham de várias partes do mundo. A exposição de etnografia, organizada por Giacometti, é uma das memórias que perduram desse ano.
1981
A exposição dos 60 anos do Partido dominava. Era também, o ano do 50.° aniversário do Avante!. A III Bienal, entretanto, abria com a participação de 200 artistas e homenageava Cipriano Dourado. Outras homenagens - a Fernando Lopes Graça, a José Gomes Ferreira. Novidade foi o desfile das Marchas Populares dos bairros de Lisboa, no recinto da Festa.
1982
Uma Festa molhada. Esse fim-de-semana não foi poupado pela chuva, que acabou prejudicando os espectáculos. As organizações, porém, vinham com ideias novas, novas maneiras de mostrarem o País ao visitante. E o Poder Local, com uma exposição central e várias regionais, mostravam a consolidação do trabalho autárquico democrático e historiavam a tradição municipalista portuguesa. Dois auditórios, um com teatro e folclore, outro com debates, a construção de um Polivalente desportivo, permitiram numerosas realizações.
1983
Efemérides - o 6.° centenário da Revolução de 1383/85 e o centenário da morte de Marx «patrocinam» a Festa. No ano em que o Palco 25 de Abril (como ficará a chamar-se) se muda para melhores ventos, a massa de público face ao Tejo. Um Arraial acolhe condignamente os espectáculos de folclore. Um novo auditório, o 1.° de Maio, outros espectáculos que exigem «intimidade». Se é que a intimidade sobrevive no vasto espaço da Ajuda. A Bienal homenageia Abel Manta e Carlos Botelho.
1984
O 25 de Abril tinha dez anos, de Abril se vestiu a Festa. Marcou a exposição política central e foi tema para os Encontros em que operários da terra e da indústria disseram das suas lutas. A voz já ausente de Ary não deixou de vibrar, com gravações dos seus poemas. Os versos que escreveu foram publicados, com lançamento dos VIII Sonetos. Música - os «Kitushi», de Angola; «Goloshokin», da URSS; «Dixieland» de Berlim, RDA; Arturo Sandoval, de Cuba. E tantos outros.
1985
É a 10.ª Festa. Marcada pelo lançamento do livro «O Partido com Paredes de Vidro», de Álvaro Cunhal, um texto cuja divulgação ultrapassou em muito as fronteiras do PCP. As organizações regionais voltam a dar um salto qualitativo na apresentação dos seus espaços - com destaque para o Porto, que abria uma série de exposições com o painel de Júlio Resende, a «Ribeira Negra», e para Lisboa, com a reprodução do Arco da Rua Augusta. A V Bienal dava lugar de destaque à gravura e mostrava uma exposição individual de Gil Teixeira Lopes.
1986
Centenário do 1.° de Maio. Comemorado também na Festa, com três centenas de painéis em mil metros de exposição alusiva à data. Uma exposição fotográfica - «Objectiva 86» - com nomes destacados: Dimitri Baltherman, Carlos Relvas, Augusto Cabrita. Uma mostra de cinema não profissional. O Avanteatro, com sete companhias a participarem. Os sons? Júlio Pereira, Carlos Paredes, Manuel Freire. O «Oktober Club» pela terceira vez. E o laser a riscar os céus da Ajuda...
1988
Um ano sem festa foi como um sábado sem sol. Aí estávamos em Loures, uma mudança difícil mas com êxito. Preparava-se o XII Congresso e os tempos corriam difíceis, já o mostravam sinais nas exposições da cidade internacional. A par da reflexão que as realizações políticas mostravam, a Festa não esmorecia. Comemoravam-se os Descobrimentos. Sinal de modernidade, entrava lá a nova realidade das rádios locais. E o vídeo.
1989
Vozes - algumas iriam calar-se submergidas pelos tempos - vieram dos países ainda socialistas dar brilho à Festa - «Vozes Búlgaras»; o «Quarteto Swing de Praga»; os «Rajkó», da Hungria; o «Pantomimen Ensemble», da RDSA; os «Everest», da URSS. Ao lado de outras vozes do mundo Birelli Lagrene, Billy Bragg, Paulinho da Viola. A VI Bienal voltava, homenageando desta vez Álvaro Perdigão. O trabalho da CDU nas autarquias era objecto de uma exposição de 80 painéis. Era anunciada a aquisição da Atalaia, um espaço próprio para a Festa, um sonho de muitos anos. Logo ali foram recebidas as primeiras contribuições para a Campanha Nacional de Fundos.
1990
Aqui, a verdadeira Festa foi possuir um terreno, comprado com uma campanha de fundos que atingiu os 150 mil contos. Tudo era novidade e respirava-se, para além da apreensão que suscitavam os acontecimentos a Leste, um novo ímpeto, reflectido nos debates, nas exposições, na alegria que se viveu pela primeira vez na Atalaia.
1991
Se o terreno era novo, cada ano exigia mais novidades. Nova foi portanto a geografia, o Palco 25 de Abril recolocado e com maior potência de som, alamedas consolidadas, melhores espaços de convívio e de espectáculo. Música, desporto, artesanato, gastronomia… Tudo mais e melhor. No espaço internacional apareceu o Pavilhão do PCUS, então ilegalizado, contra a lei, e o do Pravda, para além de mais 37 representações de partidos comunistas e progressistas do mundo. A VII Bienal foi acompanhada por um salão de convidados. A inforfesta inaugurou o seu espaço na Atalaia.
1992
É de novo ano de Congresso, e assim a Festa não deixou de o assinalar na sua exposição e nos seus debates. Maastricht também não passou ao lado, e corria um abaixo-assinado manifestando a oposição ao Tratado. A solidariedade internacionalista, sempre presente, reforçava-se com a participação de novos partidos comunistas formados a Leste. No desporto, Albertina Dias e Rosa Oliveira venciam a 5.ª Corrida da Festa. Na música, mais uma vez Sérgio Godinho, Rui Veloso e «Os Sitiados». E a Juventude em massa.
1993
Todo o vasto espaço da Atalaia viu confirmada esta Festa como a Festa da Juventude: desde as actividades ao convívio na sua própria cidade, passando pelos espectáculos. A solidariedade internacionalista conta com nomes de Angola, de Cuba. A Europa é tema de colóquio com participação de partidos comunistas europeus. Matisse «vem» pela mão das Mulheres, expor reproduções. A VIII Bienal mostra as obras de 150 artistas. Albertina Dias bisa a vitória na Corrida. Vence também Amílcar Duarte. Xutos & Pontapés, Teresa Maiuko, Mafalda Veiga, são alguns dos nomes portugueses na música. Dos estrangeiros, numerosos grupos de artistas, da China a África. O Avanteatro teve as salas cheias.
1994
Carlos do Carmo abre a primeira noite com canções de Ary. Era o ano do 20.° aniversário do 25 de Abril. Uma exposição especial de artes plásticas com a participação de artistas portugueses e franceses mostra-se na Festa a comemorar a data. Um aniversário que atravessou o fundamental das actividades e exposições desse ano. Dois livros se apresentam - «Acção Revolucionária, Capitulação e Aventura», de Álvaro Cunhal, e «Subsídios para a História das Lutas e Movimentos de Mulheres em Portugal sob o Regime Fascista», da Organização das Mulheres Comunistas. Durante os três dias, 730 atletas participaram nas actividades desportivas. Música: o rap irrompe.
1995
Ano de eleições, ano de campanha para combater a direita e afastá-la do poder. Muita juventude invade a Atalaia. General D e os Karapinhas dão o tom. A Internet faz a sua aparição pela mão da JCP e são muitas as mensagens por Timor enviadas para a rede que cruza o mundo. A IX Bienal dá um grande salto qualitativo e o teatro atrai numeroso público. Abrunhosa faz vibrar todas a gente. Vieram também Fausto. E Jorge Palma. E Mísia. E muitos mais.
1996
É a vigésima Festa, em ano de aniversários – o 75.º do Partido, o 65.º do Avante! – e de Congresso, marcado para Dezembro, no Porto. Exposições, colóquios e debates são dominados pelos grandes ideiais, valores e lutas dos comunistas. Uma valiosa exposição de sessenta fotografias de Sebastião Salgado, sobre o tema do «Trabalho» é um grande sucesso da Festa. Espectáculos? O estrondoso êxito da apresentação da Orquestra Metropolitana de Lisboa que interpreta Tchaikovsky perante uma multidão entusiasmada. Dos EUA veio a música de New Orleans e de Open House.» e da Argentina a voz de Marisa Santos.
1997
As novidades estiveram desta vez em novas localizações dos pavilhões, no ordenamento novo do terreno. O Auditório 1.° de Maio desloca-se para a zona ribeirinha, a Festa chega-se à água. Ano de Bienal, a sua X edição inclui uma exposição de Rogério Amaral, recentemente falecido. Na política, avultam as comemorações do 80.° aniversário da Revolução de Outubro. As eleições autárquicas marcadas para final do ano suscitam uma Campanha de Fundos que o PCP ali mesmo lança e que vai concluir-se com êxito. Na memória de todos fica a noite de sábado, com a actuação de Sérgio Godinho no Palco 25 de Abril.
1998
Em destaque, nesta edição, no magnífico Espaço Central, «Os 150 Anos do Manifesto Comunista», «Um Partido Mais Forte, Novo Rumo para Portugal – O Projecto e as Propostas do Partido», «A Política de Direita do Governo PS e a Luta dos Trabalhadores, «Os Referendos», «As Eleições para o Parlamento Europeu e Assembleia da República», as «Comemorações dos 25 Anos do 25 de Abril» e «A Imprensa Partidária». A nível cultural, a exposição do arquitecto brasileiro Oscar Niemeyer, organizada pelo próprio e especialmente concebida para a Festa do Avante!, é uma novidade. Num ano em que se comemorou o centenário do nascimento de Federico Garcia Lorca e de Bertold Brecht, o Avanteatro apresenta duas peças destes autores, levadas à cena pelo Teatro de Papel das Beiras.
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O terreno está diferente. Há novos espaços e equipamentos e o projecto de concepção promete uma Festa como nunca se viu na Atalaia. Das artes à actualidade política, o visitante encontra no Espaço Central um conjunto diversificado de propostas de grande interesse, nomeadamente uma exposição de Eduardo Gageiro com 25 fotografias do 25 de Abril, acompanhadas de texto de 25 escritores e poetas portugueses que deram palavras às imagens dos principais momentos do período revolucionário. Porque a Festa também é arte, a XI edição da Bienal de Artes Plásticas apresentou ao público o melhor que se tem produzido em Portugal nos últimos anos, incluindo ainda desta vez as áreas da arquitectura e do design.
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«Se a vida são dois dias... a Festa do Avante! são três dias de convívio, alegria, encontro, música, desporto, debate, de propostas do PCP, de Festa, que quando termina... prometemos continuar». Este é o lema da 24.ª edição da Festa, que, neste ano, vê reforçados e melhorados os sanitários, cria-se mais sombras e mais bancos, melhora-se os acampamentos. Numa época em que uma competição se impõe na sociedade, laureando vencedores e marginalizando vendidos, este ano a Festa contrapõe um vasto e competente programa desportivo assente nos princípios de solidariedade, confraternização e amizade. O Espaço da JCP cresceu, entretanto. Lá dentro coube um mundo: as exposições, os espectáculos de música, os bares, a 2.ª Mostra de Curtas Metragens, a declamação de poesia, os sketchs de teatro e a banca de materiais.
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Em 25 anos de história, a Festa do Avante! foi sempre um local de encontros. Da música aqui se exprimem, sempre, as mais variadas formas populares de cantar em português. De Portugal, do Brasil e de África, e músicas de outros mundos também. Martinho da Vila, Sérgio Godinho, Zeca Baleiro, Jorge Palma, Marisa Santo, são apenas alguns dos nomes que preencheram a programação dos três dias de Festa. Noutra área, em homenagem a Bento Jesus Caraça, a exposição de Ciência e Tecnologia é sobre astronomia, numa colaboração com o Museu da Ciência e a Associação Aquila.
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A Festa do Avante! é fruto da convergência, da soma, das ideias, das vontades e do trabalho voluntário de milhares de militantes e amigos do PCP. Neste ano o internacionalismo esteve em evidência na Atalaia. A guerra, o militarismo, as medidas repressivas pós 11 de Setembro, o papel da guerra na brutal ofensiva imperialista e a geração de luta pela paz em Portugal são os temas centrais, e em debate, no Espaço Internacional. Realizaram-se também uma série de iniciativas destinadas a pôr em destaque a fotografia, como meio técnico de expressão e documentação, visuais e artísticas, determinante para a nossa memória histórica e pessoal, bem como instrumento de acção e transformação das realidades política, cultural e artística. Durante a Festa, artistas como Gabriel, O Pensador, João Afonso, Paulo de Carvalho, Camané, Jussara Silveira, preencheram a programação do Palco 25 de Abril e do 1.º de Maio, interrompida antecipadamente pela forte chuva que caiu no domingo. Demonstrando todo o seu espírito combativo e criativo, os comunistas levaram a sua Festa até ao fim, realizando o comício de encerramento num transbordante auditório 1.º de Maio.
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Os problemas sociais do nosso País agudizam-se. Denunciar a política de direita, contrária aos interesses e aspirações dos trabalhadores e do povo, e afirmar a alternativa que o projecto do PCP constitui foi um dos grandes temas do Espaço Central na 26.ª edição da Festa do Avante!. Quem não se lembra da mensagem de Yasser Arafat, dirigida aos visitantes da Festa por telefone e transmitida pelo som do Palco 25 Abril para a Festa, enquanto se encontrava sitiado por forças israelitas em Ramallah. Nesta edição, e uma vez mais, a realização da Bienal de Artes Plásticas da Festa do Avante! afirmou-se como um grande espaço de encontro e convívio entre arte, artistas e público; de liberdade no confronto de abordagens estéticas e disciplinas diversas.
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Porque a inovação é característica deste espaço, a Festa contou com mais uma iniciativa inédita na área das tecnologias. O nome é Komunix. O objectivo é dar expressão a um debate, reflexão e intervenção na área da utilização e democratização do acesso às novas tecnologias, nomeadamente as questões relacionadas com a propriedade do software. Para recordar o grande mestre da guitarra portuguesa, Carlos Paredes, falecido nesse ano, a Festa abriu a sua programação, no Palco 25 de Abril, com um espectáculo em sua homenagem. Num ano em que se comemorava o 30.º aniversário do 25 de Abril, foi apresentado igualmente um DVD de homenagem a Ary dos Santos. A animação andou pelas ruas e avenidas da Atalaia com a realização do 3.º Encontro Internacional «Tocá Rufar» de percussão, que contou com a presença de grupos de música, representação e dança de vários países europeus e do Norte de África.
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Além das dezenas de debates, o Pavilhão Central é o espaço onde as atenções estiveram centradas. Lá dentro, a evocação dos 60 anos da vitória sobre o nazi-fascismo foi alvo de uma exposição com o título «Comemorar a Vitória, Lutar pela Paz». Havia ainda uma exposição sob o tema «CDU nas autarquias, um projecto diferente» com o objectivo dar a conhecer o projecto autárquico do PCP. Havia ainda uma exposição intitulada «Basta de sacrifícios para os mesmos de sempre. Portugal precisa de uma nova política e de mudança a sério». Infelizmente, foi a morte de Álvaro Cunhal que marcou esta edição. Além do comício de domingo, onde foi recordado, outros apontamentos surgiram por toda a Festa, mostrando-se a sua multifacetada e riquíssima experiência de vida. A morte do General Vasco Gonçalves também foi recordada.
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É a 30.ª edição da Festa do Avante. A Festa comemora os seus 30 anos. O Palco 25 de Abril abre na 6ª feira à noite com um espectáculo de homenagem a Fernando Lopes Graça. Entre os artistas presentes nos palcos da Festa estão, entre muitos outros Cristina Branco, António Zambujo, Xutos e Pontapés. Assinalam-se os 85 anos do Partido Comunista Português. A Radio Comunic marca presença no Espaço Central emitindo a partir da Festa. No espaço da Artes Plásticas uma grande exposição com obras de Dias Coelho, artista plástico e funcionário clandestino do PCP.
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Comemoram-se o 90.º aniversário da Revolução de Outubro. No espaço central uma grande exposição alusiva ao tema. Também no espaço das artes plásticas a exposição «A arte e revolução na Revolução de Outubro» e no Palco 25 Abril a Cantata para os 20 anos de Revolução de Outubro de Serguei Prokofiev assinalam esse acontecimento maior da história da humanidade. Ainda no Espaço Central a exposição «Portugal com Futuro» afirmou um País em que com a luta dos trabalhadores e do povo português afirme a sua soberania e seja capaz garantir uma vida melhor. No espaço da Ciência, que se mudou para o junto do lago, o tema eram os transportes com o lema «Ciência sobre rodas: Da roda ao TGV». Enquanto no espaço da TIC se valorizou o software livre. A Brigada Vitor Jara a quem se juntou Manuel Freire homenageou Adriano Correia de Oliveira.
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Com a abertura da Festa, veio também a chuva que inviabilizou a realização da Grande Gala de Ópera prevista para abrir o Palco 25 Abril na 6.ª feira à noite. Mas não impediu a Festa, num fim-de-semana de muito sol e calor. Foi justa a homenagem a Rogério Ribeiro, militante comunista e destacado construtor da Festa, com uma magnífica exposição da sua obra. Exposição em que o próprio se empenhou, mas a que já não assistiu levado pela morte em Março desse ano.
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Num ano em que se realizaram três eleições foi com uma dose suplementar de militância que se construiu a Festa. «Mais força à CDU, sim é possível uma vida melhor!» foi o tema de uma das exposições onde era possível ver imagens da Marcha «Protesto, confiança e luta» que transbordou o Marques de Pombal em Lisboa. Também os 35 anos do 25 Abril se comemoram na Festa do Portugal de Abril. E sim foi possível e foi mesmo uma Grande Gala de Ópera a qu" target="_blank" class="seta">Ver páginae teve lugar no Palco 25 de Abril. Onde os Clã fecham no Sábado e David Fonseca no Domingo.
Ver página2010
A assinalarem-se os 20 anos na Quinta da Atalaia, muitas são as diferenças que se podem encontrar das primeiras Festas que ali aconteceram. O Espaço ganhou outros contornos, novas comodidades e motivos de interesse. Fez 25 anos também que a Carvalhesa foi ouvida pela primeira vez. Foi em 1985 que o PCP foi buscar ao património cultural do povo português essa fabulosa peça musical que se tornou no icon da Festa do Avante!. O trabalho esteve em destaque quer assinalando os 120 anos do 1º de Maio, quer na exposição «Portugal a produzir» valorizando a importância da produção nacional para o desenvolvimento do País. A exposição de desenho patente no Espaço das Artes, oriunda do espólio da galeria desenho do museu municipal de Estremoz marcava pela sua qualidade.
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Em 2011 voltaram os Trovante e muitos outros como os Expensive Soul, Clã, Mayra Andrade, Amor Electro e a 2ª Grande Gala de Ópera. Nos 90 anos do PCP os visitantes da Festa puderam conhecer a sua história e o seu projecto de «Liberdade, Democracia e Socialismo». No desporto, as galas de artes marciais e de danças de salão e os festivais gímnico e de patinagem artística faziam transbordar de participação e animação as bancadas do Polidesportivo.
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Na fotografia «O trabalho e os trabalhadores» apareceram pela mão de 35 fotógrafos e fotojornalistas. Valorizando os trabalhadores portugueses, também na Festa se dava combate ao Pacto de agressão, e ao seu projecto de empobrecimento e exploração. O CineAvante! afirmava-se definitivamente com grande espaço de divulgação do cinema português.
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Mereceram o devido destaque as comemorações do Centenário de Álvaro Cunhal. Na exposição do Espaço central, e também no espectáculo de música clássica de 6.ª feira, no Avanteatro com a peça «Um dia os réus serão vocês» ou nas artes plásticas, onde a par da Bienal, estiveram expostos desenhos inéditos de sua autoria. Uma grande Festa transbordante de energia e entusiasmo que se transmitiram para as Eleições Autárquicas que se realizaram um mês depois.
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Festa indelevelmente marcada pelo anúncio pelo Secretário-Geral do Partido, na Abertura da Festa da aquisição da Quinta do Cabo. Para uma Festa Maior e Melhor. Respondendo a uma aspiração de longa data, era possível alargar o espaço da Festa, vencer constrangimentos, encontrar novos pólos de atracção e oferecer melhores condições a todos os que a visitam. Os Valores de Abril no futuro de Portugal deram o mote às comemorações do 40.º Aniversário da Revolução de Abril, onde pontuavam também 40 fotos de Eduardo Gageiro.
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A Quinta do Cabo foi aberta pela primeira vez, nas manhãs de sábado e domingo para permitir a visita de todos. No plano político e com os olhos postos nas eleições legislativas e onde o PCP teria um papel fundamental na derrota definitiva do Governo PSD\CDS, a exposição «A Força do povo – Soluções para um Portugal com Futuro» divulgava as propostas do PCP para uma verdadeira alternativa e afirmava a Política Patriótica e de Esquerda necessária ao país. Pelo Palco 25 de Abril passaram as músicas que a 7.ª arte divulgou em filmes como Indiana Jones, Apocalypse Now, fantasia, Guerra das estrelas, Ivan o Terrível.
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40.ª Festa do Avante. Da Festa do Portugal de Abril. Festa da cultura, da juventude, do trabalho, do Desporto, das músicas, da solidariedade. A Festa que afirma e valoriza os valores de Abril. Foi o ano da Quinta do Cabo. Uma Festa maior abria as suas portas aos milhares de visitantes e a uma Festa melhor. O novo espaço criança fazia as delícias de todos. No Espaço Central denunciava-se a Precariedade, as suas causas, consequências e objectivos. A Máscara Ibérica era motivo foi interesse para quem visitou o Espaço Central. Os Xutos & Pontapés encerram a Festa no domingo, cantando com Paulo de Carvalho «E depois do Adeus» em mais um momento único na Festa.
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No espaço central a exposição «Socialismo – exigência da actualidade e do futuro» assinalava o Centenário da Revolução de Outubro. Também se falou do necessário aprofundamento da defesa, reposição e conquista de direitos e da luta pela ruptura com a política de direita e pela afirmação da política patriótica e de esquerda, vinculada aos valores de Abril E lá estiveram os instrumentos populares portugueses, na exposição «Música povo e luta», construída na base da colecção de Manuel Louza Henriques. Realizaram-se mais de 60 debates e a 20.ª Bienal de Artes Plásticas. No Avanteatro homenageou- se Romeu Correia.
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Com a Orquestra Sinfonietta de Lisboa e o Coro Lisboa Cantat, a música celebrou o II Centenário de Karl Marx no Concerto em louvor do Homem. De Marx se falou também ao afirmar que «O Capitalismo não é o fim da história». A Ciência trouxe-nos «O Homem e a natureza – cooperação e conflito». De Évora vieram os Bonecos de Santo Aleixo, maravilhosa criação do imaginário alentejano. No auditório 1.º de Maio o Concerto para bebés maravilhou crianças e pais, ponto alto de um programa pensado para crianças e toda a família. Os Xutos & Pontapés em mais um grande espectáculo homenagearam Zé Pedro.
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Com dois comboios a circular pela Festa foi possível visitar a exposição sobre a cortiça - "do montado ao cosmos" e os 45 anos da Revolução de Abril no Espaço Central. Na música o incrível concerto de Sílvia Perez Cruz, os já muito ansiados Moonspell (com Paulo Bragança) e de fora vieram os The last Internationale. O auditório 1º de Maio contou, com uma encalorada noite africana. No espaço internacional a Paz foi o tema central.
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Neste ano, a Festa do Avante! provou ao país e ao mundo como era possível e necessário fruir a vida, dar espaço à cultura, à solidariedade, exercer direitos e, simultaneamente, garantir a segurança e protecção no plano da saúde. Sob um intenso ataque que a procurava inviabilizar, a Festa resgatou a alegria com confiança e criatividade e combateu o medo e o conformismo. Os artistas estiveram com a Festa e a Festa esteve com os artistas. No Palco 25 de Abril, os sons e as vozes de África cantaram contra o racismo e no Auditório 1º de Maio os fans vieram despedir-se dos Dead Combo num concerto memorável, no conjunto de uma programação que contou com imensas parcerias entre artistas só possível numa festa como esta.
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A alegria resistiu e apareceu em força carregada de vontade de defender a vida, o trabalho e a cultura. Foram concertos únicos e improváveis aqueles a que pudemos assistir: em que outro lugar se junta o Tim com a Teresa Salgueiro, HMB com Lena d´Água, Paulo de Carvalho com Mafalda Sacchetti e Marco Rodrigues, Manel Cruz com Aldina Duarte, Cabrita com Stereossauro e Tó Trips? Foram estas e muitas outras misturas da música portuguesa a exibir a sua vivacidade. Mas este ano teve algo também muito especial: para além de orquestrações sinfónicas originais de músicas revolucionárias para celebrar os cem anos do PCP, assinalado também em exposição, tivemos ainda a recriação da «Carvalhesa» pelo maestro António Vitorino D’Almeida. O «Acordai», na voz da solista Cátia Moreso, arrepiou a Atalaia, com direito a encore.
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2022 relembrou e provou-nos com toda a força de realidade que a Festa do Avante! é a festa de todos. Resgatámos a alegria e a confiança de estar juntos, vimos as artes a tomarem conta das ruas da Quinta da Atalaia, demos a volta a Portugal em 100 passos e chegámos aos muitos cantos do mundo em poucos mais. E por falar em passos, 2022 foi o ano em que se retomou a Corrida da Festa, com passagem, pela primeira vez, pelo interior do recinto. A segunda edição da Rave Avante!, mais uma vez com Violet ao leme, veio dizer-nos que a música electrónica quer estar na Festa! Exaltámo-nos com a energia da Pongo, o quente e frio dos Mão Morta, a emoção da Carminho e tantos outros que quiseram estar. O centenário de Saramago foi celebrado nas paredes, nos debates, e num extraordinário concerto sinfónico. Relembrámos ainda o companheiro Adriano Correia de Oliveira, por ocasião dos seus 80 anos. E depois, o Dino d'Santiago, enorme, a fazer uma enorme declaração"(...) quando olhei para dentro e olhei para história e olhei para quem fez a diferença, eu decidi para mim mesmo que não iria à Festa do Avante. Eu sou o Avante! Eu sou o Avante!".
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