No coração político da Festa do Avante! terão lugar importantes exposições, abordando temas como a precariedade, feita no seguimento da campanha desenvolvida pelo PCP, intitulada «Mais direitos, mais futuro. Não à precariedade!».

Como salientou Jerónimo de Sousa, Secretário-geral do Partido, no comício de Matosinhos, realizado no dia 29 de Junho, esta campanha permitiu já «dar passos significativos, nos domínios do conhecimento, sobre a situação deste flagelo no País, na tomada de consciência do seu significado e amplitude em todos os domínios da vida dos trabalhadores», mas, igualmente, seguir em frente na «organização para a luta» pela eliminação da precariedade, através da «intervenção institucional» do PCP, num tempo de «profícua iniciativa legislativa a favor dos trabalhadores e da erradicação da precariedade nas relações laborais».

Só nos primeiros meses de 2016 foram realizadas mais de um milhar de iniciativas, entre acções junto de empresas e de contactos, tribunas públicas, comícios e debates, iniciativas concretas de denúncia e acção na solução de problemas, com a participação de várias centenas de militantes comunistas, de dirigentes nacionais, regionais e locais do Partido, assim como do Grupo Parlamentar do PCP.

Num documento de apoio, distribuído nesta primeira fase da campanha, informam-se que «61,5 por cento dos jovens trabalhadores têm vínculos precários. Este nível de precariedade, instabilidade e insegurança pressiona os salários para baixo», que «130 mil dos jovens desempregados inscritos nos centros de emprego não têm acesso a nenhuma prestação de desemprego, sendo os mais afectados pelos cortes nestas prestações» e que «2/3 dos jovens dos 18 aos 34 anos vivem na casa dos pais, consequência visível da perda de direitos, dos contratos a prazo, salários de miséria e desemprego».

Porque isto «não tem que ser assim», o PCP afirma que «é necessário e possível o trabalho com direitos», «criar postos de trabalho que potenciem os recursos nacionais e respondam às necessidades do País», «aumentar os salários, fixar o salário mínimo nacional nos 600 euros» e «combater a precariedade – a um posto de trabalho permanente deve corresponder um vínculo de trabalho efectivo».

Defende, também, o «restabelecer o horário de trabalho das 35 horas a quem foi retirado e garantir a sua fixação progressiva para todos os trabalhadores, aplicar horários que permitam compatibilizar a vida profissional com a vida pessoal e familiar, cada trabalhador deve poder organizar a sua vida, não estar sujeito aos prolongamentos arbitrários, às adaptabilidades, aos bancos de horas» e «assegurar direitos e condições de trabalho dignos a todos».

Momento político

No espaço, o visitante poderá ainda encontrar, entre muitas outras, uma mostra sobre o actual momento político, afirmando a luta dos trabalhadores e das populações como indispensável para defender, repor e conquistar direitos e valorizando o papel indispensável e insubstituível do PCP para as soluções dos problemas nacionais, afirmando a proposta de uma politica patriótica e de esquerda e a importância do Partido e do seu reforço, em todos os planos, no ano em que se vai realizar o seu XX Congresso.

A exposição começa com uma visão sobre os 40 anos de politica de direita, onde se incluem os 30 anos de adesão à CEE. Aqui não será esquecido o aumento brutal do desemprego, a emigração forçada, a estagnação e recessão económica, a divida insustentável, a quebra do investimento, a desvalorização dos salários, o aumento das injustiças e desigualdades, o assalto fiscal aos trabalhadores e ao povo, assim como as privatizações, a situação social, a ofensiva contra os trabalhadores, os instrumentos de dominação económica, orçamental e política da UE, o PEC e pacto de agressão, expressão da política de direita.

Mais à frente aborda-se o novo quadro politico, que se desenvolve por iniciativa do PCP e em consequência da situação resultante das eleições de 4 de Outubro e da derrota imposta pelo povo ao governo do PSD/CDS. Será, portanto, recordado o texto da posição conjunta do PS e do PCP sobre a situação política, dá-se a conhecer o que foi alcançado com o contributo dos comunistas e quais as medidas aprovadas por proposta ou contributo do PCP.

No entanto, é necessário ir mais longe, para recuperar e materializar a justiça social, valorizar o trabalho e os trabalhadores, os direitos sociais universais à saúde, à educação, à segurança social e à cultura, atacar o desemprego e a precariedade, os baixos salários, as reformas de miséria e os altos níveis de pobreza. Estes são os compromissos do PCP, pelos quais continuará a bater-se na Assembleia da Republica e fora dela.

Nos restantes painéis acentua-se que «Basta de submissão à União Europeia e ao Euro», afirmando-se a necessidade de «mais produção», «renegociar a divida», «aumentar o investimento público», do «controlo publico da banca», «retomar o controlo de empresas e sectores estratégicos», «uma nova politica fiscal», «direito à saúde, à educação, à protecçao social», «trabalho com direitos» e «soberania nacional».

Termina com o XX Congresso, que, inserindo-se na acção geral do Partido, deve contribuir para reforço da unidade e organização dos trabalhadores e de outras camadas não monopolistas, para a intervenção, o reforço do Partido e a afirmação do seu ideal e projecto, pela ruptura com a politica de direita, por uma politica patriótica e de esquerda, pela democracia avançada, pelo socialismo e o comunismo.

40 festas

Em destaque estará, também, uma exposição sobre as 40 festas do Avante!, projectando para o futuro a valorização desta grande realização. «Esta festa do nosso glorioso Avante!, do nosso glorioso Partido, é a maior, a mais extraordinária, a mais entusiástica, a mais fraternal e humana jamais realizada no nosso País», sublinhou, Álvaro Cunhal, na primeira Festa do Avante!, na FIL.

No ano seguinte, em 1977, valorizou: «A Festa do Avante!, festa dos comunistas portugueses, festa do PCP, pelo que é, pelo que expressa, pelo que afirma, pelo que comunica, pelo que propõe, é também a festa dos trabalhadores, a festa do povo, a festa de Portugal de Abril e das suas grandes conquistas e realizações democráticas».

Estas duas frases estarão em grande evidencia nos painéis que explicam porque esta é a Festa da Cultura, da Juventude, do Trabalho, da Democracia, do Desporto, das Músicas, da Solidariedade.

Como não poderia deixar de ser, é ainda abordado o anuncio de aquisição da Quinta do Cabo para o alargamento e valorização da Festa do Avante!, um momento que foi recebido com grande entusiasmo pelos muitos milhares de visitantes, militantes do PCP e da JCP e muitos democratas e patriotas e amigos do Partido e da Festa.

Máscara Ibérica

Igualmente importante é a mostra sobre a Máscara Ibérica, valorizando este elemento de identidade e cultura popular.

Na exposição – feita em colaboração com a Academia Ibérica da Máscara, que fez a recolha dos materiais expostos – os visitantes poderão encontrar dezenas de máscaras e indumentárias, que têm a particularidade de não serem meras peças de arte artesanal, mas de serem elemento essencial dos vários ritos de folclore festivos da máscara na Península Ibérica, nomeadamente a Festa dos Rapazes, a Quarta-Feira de Cinzas, as Festas dos Reis, o Carnaval, entre outros.

O espaço contará ainda com a presença do artesão António Alves, que estará a mostrar o seu trabalho ao vivo, bem como visitas guiadas por António Tiza, presidente da Academia Ibérica da Máscara.

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