Música
Concerto p/ Cravos e Orquestra - opus 40
Sinfonietta de Lisboa
Vasco Pearce de AzevedoMaestro
SolistaAbel Pereira
SolistaPaulo Guerreiro
SolistaRicardo Silva
SolistaLuis Vieira
Programa
Polonaise em Lá Maior op. 40, nº 1 "Militar" (1838) Frédéric Chopin (1810-1849)
[Orquestração: Alexander Glazunov (1865-1936)]
Sinfonia nº 3 em Mib Maior op. 55 "Heróica" (1803-04) Ludwig van Beethoven (1770-1827)
1. Allegro con brio
Konzertstück para 4 Trompas e Orquestra em Fá Maior Op.86 (1849) Robert Schumann (1810-1856)
1. Lebhaft
2. Romanze. Ziemlich langsam, doch nicht schleppend
3. Sehr lebhaft
Trompas:
1º - Abel Pereira
2º - Paulo Guerreiro
3º - Ricardo Silva
4º - Luis Vieira
Sinfonia nº 40 em Sol Menor KV 550 (1788) Wolfgang Amadeus Mozart (1756-1791)
1. Molto allegro
2. Andante
3. Menuetto: Allegretto – Trio
4. Allegro Assai
Orquestra Sinfonietta de Lisboa
Direcção: Vasco Pearce de Azevedo
Integrado nas comemorações dos 40 anos da Revolução de Abril, o Concerto para Cravos e Orquestra – Opus 40, que sexta-feira, 5 de Setembro, sobe ao principal palco da Festa do Avante!, é composto por quatro obras, todas elas marcantes na história da música clássica.
Dá início ao espectáculo a «Polonaise, op. 40, n.º 1, “militar”, em Lá Maior», de Frédéric François Chopin, que conforme explica João Maria de Freitas Branco no suplemento que deu a conhecer o programa do Palco 25 de Abril para o primeiro dia da Festa (editado como suplemento pelo Avante! em Abril deste ano), é uma forma musical de «imediata e profunda conotação patriótica, pelo que não será de estranhar a escolha desta obra para iniciar um concerto evocativo de um dos actos mais patrióticos da nossa história: a Revolução dos Cravos».
A “militar” é, simultaneamente, uma homenagem aos capitães e soldados que assumiram a dianteira no derrube da ditadura, secundados imediatamente pelas massas populares que apoiaram o levantamento militar e foram determinantes na rendição do regime.
Segue-se a «Sinfonia n.3, op. 55 – 1.º Andamento», de Ludwig van Beethoven, assinalada pela «generalidade dos historiadores e musicólogos» como representando «um ponto de partida; ou seja, o mesmo será dizer que protagoniza uma profunda ruptura com o passado», afirma igualmente JMFB. Como o foi, em 1974, a Revolução de Abril.
Beethoven chamou à terceira das suas nove sinfonias de “Heróica”. Heróica é justamente considerada a longa luta do povo português na resistência ao fascismo e na construção do Portugal de Abril. Fica, assim, justificada a escolha quando assinalamos quatro décadas sobre o mais luminoso acontecimento da nossa história.
A terceira peça orquestral do programa é o «Concerto para 4 Trompas e Orquestra em Fá Maior, Op.86», de Robert Alexander Schumann, composição feita propositadamente para afirmar um instrumento e, simultaneamente, pôr «em evidência a evolução técnica geradora de novas capacidades de execução», ainda no dizer de Freitas Branco.
Encerra o concerto a «Sinfonia n. 40, em Sol menor, K. 550», de Wolfgang Amadeus Mozart, que no programa vai ser escutada na íntegra adquirindo o direito de ocupar lugar de honra perante a multidão que, certamente, não vai perder um espectáculo notável, não apenas porque continua a ser ao ar livre – o que por si só significa uma audácia rara senão única em Portugal –, mas porque comemora de forma singular os 40 anos da Revolução dos Cravos. Como só na Festa de Abril seria possível.