O Partido, a festa

O Partido, a festa

Tal como, nos tempos do fascismo, dizer O Partido bastava para se designar o PCP, também hoje, dizer A Festa é suficiente para designar a Festa do Avante!

Num caso como no outro, a explicação é simples.

O PCP foi, como é sabido, o único partido nacional que não só não acatou a ordem de dissolução dada por Salazar, como decidiu resistir ao fascismo, passando à clandestinidade, com a consciência plena das consequências que tal opção implicava. Nos anos que seguiram, até ao 25 de Abril, ele foi sempre a vanguarda da luta contra o regime fascista, pela liberdade e pela democracia, pelos interesses e direitos dos trabalhadores e do povo, afirmando-se, pela sua prática, como o grande partido da resistência e da unidade antifascistas. Por isso, o PCP foi o alvo preferencial da repressão salazarista/caetanista, que tudo fez para o liquidar, perseguindo, prendendo, torturando, assassinando militantes comunistas. Mas o Partido resistiu. Por isso, ele era O Partido. Por isso venceu.

Quanto à Festa do Avante!, também ela – pela forma como é construída, pelo seu conteúdo, pela sua dimensão, pelo seu significado – constitui uma realização única no nosso País. Construída, em múltiplas jornadas de trabalho voluntário, por milhares de militantes que integram o grande colectivo partidário comunista, ela afirmou-se, desde a sua primeira edição, em 1976, como a grande festa de Abril. Por isso tem sido um alvo cirúrgico das forças da contra-revolução, que para a liquidar a tudo têm recorrido, desde o terrorismo bombista e as recusas de terrenos até às «leis» cirurgicamente congeminadas e aprovadas pelos três partidos da política de direita, os quais, porque odeiam Abril, os seus ideais e os seus valores, odeiam a Festa do Avante! Mas ela resistiu. E venceu. E vencerá. Por tudo isso, não há Festa como esta. Por tudo isso, ela é A Festa.

Editorial jornal «Avante!»;, Nº 2013 de 28 de Junho 2012