NÃO HÁ FESTA COMO ESTA

NÃO HÁ FESTA COMO ESTA

Aí está a tão desejada divulgação dos espectáculos da Festa! E aí está, como todos os anos, a confirmação da superior qualidade da oferta apresentada nessa matéria, bem como da sua quantidade e diversidade.

Assim, é certo e sabido que as centenas de músicos e intérpretes actuando nos vários palcos distribuídos pela Festa, encherão de festa e alegria, durante três dias, a imensa cidade da Atalaia – três dias que desde já se garantem inesquecíveis.

E porque a Festa é do Avante!, o jornal mais português de Portugal – por várias razões, entre elas o facto de ter sido o grande jornal da resistência ao fascismo e da Revolução de Abril e ser, de há trinta e seis anos a esta parte, o grande jornal do combate à contra-revolução – esses músicos e intérpretes são, na sua imensa maioria, portugueses. E, em vários casos, com carreiras que têm na Festa do Avante uma referência fundamental, quer por ali terem actuado diversas vezes, quer porque ali nasceram ou ali ganharam asas. E este ano, lá teremos a estrear-se no Palco 25 de Abril, uma banda que, há uns anos atrás, se estreou no Palco Novos Valores.

Na noite de sexta-feira, teremos o habitual espectáculo de música erudita – este ano com o Concerto Promenade e a Orquestra Sinfonieta de Lisboa, dirigida pelo Maestro Vasco Pearce de Azevedo. Assim, sexta à noite, frente ao Palco 25 de Abril, lá estará a habitual assistência massiva e interessada, integrando as várias gerações de visitantes da Festa, que são as gerações que compõem a sociedade portuguesa. Um concerto e uma assistência que uma vez mais farão em estilhaços a ideia, reaccionária e muito propalada (sabe-se bem porquê…) de que o povo não gosta de música clássica…

Mas, como sabe quem já lá foi – e como ficam a saber todos os que pela primeira vez por lá passam – a Festa não é só isto. É certo que muito seria já, se fosse apenas o vasto conjunto de grandes espectáculos que o Avante! de hoje anuncia. Só que à festa dos espectáculos há que acrescentar tudo o que, para além disso e com isso, é a Festa: o teatro, com a superior qualidade a que já estamos habituados; os debates, sempre abertos e participados, sobre as grandes questões da situação política nacional e internacional, sobre a cultura e a arte ou em torno da vida e da obra de grandes figuras da vida nacional; as exposições sobre os mais diversificados temas, desde aspectos múltiplos da história do PCP, às lutas dos trabalhadores e do povo português ao longo dos tempos e às questões da cultura; o artesanato e a gastronomia – oriundos de todo o País e trazendo à Festa aspectos significativos da cultura popular e os comeres tradicionais de cada região; a Festa do Livro, com uma oferta equiparada, ou até superior, à das maiores livrarias nacionais, sempre com o atractivo do lançamento de novos livros e os debates em torno das obras apresentadas; o Espaço da Ciência, este ano mostrando-nos que é preciso mudar a tempo para garantir alimento; o Desporto, com aquela que é, no País, a maior iniciativa popular de raiz desportiva; o Espaço Internacional, com os pavilhões de dezenas de partidos comunistas e de outras forças progressistas a proporcionar aos visitantes da Festa o contacto com a realidade, a situação, a luta, de países e povos dos vários continentes; a Cidade da Juventude, a garantir-nos o futuro do Partido e de Portugal; as centenas de pavilhões das organizações regionais – o Partido – falando-nos das lutas dos trabalhadores e das populações das diversas regiões e garantindo-nos que a luta continua.

E há os comícios: o da abertura e o do encerramento da Festa, ambos com participação do secretário-geral do PCP, que ali procederá à análise da situação política nacional e internacional, apresentará as propostas do Partido para a superação da grave situação em que a política de direita mergulhou o País e apontará linhas de trabalho para a intervenção das organizações partidárias.

Até lá, a principal tarefa de todos os comunistas, é a construção da Festa – com tudo o que isso implica e exige e dando particular atenção à venda das EP, que são, como se sabe, a principal fonte de receita.

E para além do que acima fica dito – e do muito que fica por dizer – há ainda aquele que é o mais emblemático cartão de visita da Festa: o convívio, o ambiente de fraternidade ali criado e vivido durante três dias por milhares e milhares de pessoas de todas as gerações e de todo o País: operários, empregados, intelectuais, estudantes, camponeses, comerciantes, convivendo como velhos amigos, não obstante em muitos casos, terem acabado de se conhecer.

Como alguém já disse, «a Festa do Avante! é o espaço com maior índice de fraternidade por metro quadrado existente em Portugal». E a realidade confirma todos os anos essa afirmação.

A explicação para essa verdade é simples: a Festa do Avante! é a Festa do PCP e o colectivo partidário comunista é o seu construtor, pelo que todo o processo de construção daquela que é a maior e a mais bela iniciativa política, cultural, convivial, realizada no nosso País, tem como fonte de força impulsionadora, o mais belo de todos os ideais: o ideal comunista de liberdade, justiça social, paz, fraternidade, solidariedade.

Por isso a Festa é o que é.

Por isso os muitos milhares que por lá passam todos os anos – uns já velhos conhecidos da Festa, outros visitando-a pela primeira vez – todos os anos se despedem com um «até para o ano». Por isso, todos – homens, mulheres, jovens e crianças – a consideram como coisa sua.

Por isso, todos sabem e sentem que não há festa como esta.

Editorial jornal «Avante!»;, Nº 2017 de 26 de Julho 2012