Espaço Internacional

Solidariedade de classe

Espaço Internacional

O Espaço Internacional da Festa do Avante! volta a ser palco privilegiado da solidariedade internacionalista. Os comunistas portugueses e todos os visitantes da Festa do Avante! têm a oportunidade de conviver com representantes de dezenas de partidos comunistas e forças progressistas de todo o mundo.

A ocasião é propícia ao reforço dos laços fraternos entre os povos e as respectivas organizações de classe, bem como à simbiose entre alegria e luta, sob a bandeira e os valores da paz, da solidariedade e da amizade entre os povos. Os partidos comunistas e as forças progressistas que este ano vão estar presentes no Espaço Internacional da Festa do Avante! (ver lista), como já é habitual, darão a conhecer aos visitantes as riquezas do seu país: o artesanato, os sons e os sabores, mas acima de tudo a luta do seu povo pela liberdade, a soberania e a democracia, contra a exploração e a opressão, contra o imperialismo e a guerra, pelo socialismo. Esta participação empenhada é, também ela, expressão da solidariedade para com o PCP e a luta do povo português.

No ano em que que se assinala o 70.º aniversário da vitória sobre o nazi-fascismo, este será o tema central abordado na exposição patente no Espaço Internacional. Não deixar cair no esquecimento os horrores da guerra e os seus responsáveis; combater todas as tentativas de branqueamento do fascismo, incluindo as responsabilidades do fascismo português e da sua falsa política de «neutralidade», bem como de falsificação da História; homenagear o heroísmo de milhões e milhões de combatentes e resistentes, em particular do povo soviético, que puseram fim a um dos períodos mais negros da História, são os propósitos da mostra (ver caixa).

Pela Paz, contra o fascismo e a guerra 

Em destaque na Festa do Avante!, e em particular numa exposição patente no Espaço Internacional, estará a evocação dos 70 anos da vitória sobre o nazi-fascismo na Segunda Guerra Mundial: em Maio de 1945, culminando o imparável avanço do Exército Vermelho, a bandeira da União Soviética foi hasteada no Reichstag, em Berlim; poucos dias depois, a Alemanha nazi assinava a sua capitulação incondicional. O dia 9 de Maio passou a ser conhecido como o «Dia da Vitória».

Na guerra pereceram mais de 60 milhões de pessoas, na sua grande maioria civis, vitimados em massacres, bombardeamentos e campos de concentração. Nestes, os prisioneiros eram utilizados como mão-de-obra escrava para os monopólios alemães. Este conflito, o mais brutal que a humanidade conheceu, ficou também marcado pela corajosa e heróica resistência dos povos dos países invadidos pelos nazis. Nos campos de batalha ou na organização e acção dos movimentos de resistência, os comunistas, com outros antifascistas, escreveram páginas de grande heroísmo.

Procurando contribuir para projectar a verdade e combater a reescrita e falsificação da história, o PCP insiste na ideia de que a Segunda Guerra Mundial não foi nem um «acidente» histórico nem o resultado da «maldade» de um ou vários homens; foi, sim, a «saída» encontrada pelo capital monopolista para a crise iniciada em 1929 e para travar o desenvolvimento da luta popular e os avanços na construção do socialismo na URSS. Hitler foi um instrumento dos monopólios alemães, que o alimentaram e apoiaram, e que lucraram com a sua criminosa política. A classe operária e os comunistas constituíram as componentes mais combativas da Resistência antifascista e o povo soviético foi o principal obreiro da vitória, arrostando com a maioria das vítimas (mais de 20 milhões) e sendo o protagonista vitorioso das batalhas decisivas.

Hoje, 70 anos após a vitória, a luta pela paz, contra o fascismo e a guerra, tem flagrante actualidade. Tirando lições do passado, as forças da democracia, do progresso e da paz devem unir-se para travar o avanço de forças xenófobas, racistas e fascistas e impedir um conflito de catastróficas proporções; devem lutar pela dissolução da NATO, contra a militarização da União Europeia, pelo fim das bases militares estrangeiras e pelo desarmamento.

Como afirmou o Secretariado do Comité Central do PCP na nota que emitiu a 23 de Abril, a guerra «não é inevitável. Há forças que, que, se unidas e mobilizadas, podem forçar a reacção e o imperialismo a recuar e abrir caminho a uma nova era de paz e progresso social tendo no horizonte o socialismo e o comunismo».

Palco Solidariedade

O Palco Solidariedade do Espaço Internacional oferece uma programação que merece atenção. Debates são dois: um sobre os 70 anos da vitória e a actual luta contra o fascismo e a guerra, e pela paz; outro sobre a agressão imperialista no Médio Oriente, ambos com a participação de partidos e organizações que trazem consigo o testemunho dos horrores mas também a experiência vivida do combate ao imperialismo.

Como não podia deixar de ser, o Palco da Solidariedade reúne uma vez mais artistas com vários estilos e percursos. A diversidade cultural e a solidariedade internacionalista marcam o ritmo, sendo de destacar o espectáculo que decorre ao início da noite de domingo, 6, intitulado Músicas do Mundo e da Resistência – 70.º Aniversário da Vitória sobre o nazi-fascismo, e a apresentação do Grupo de Artistas da Mongólia Interior (R. P. da China).

Nota, ainda, para o momento cultural de comemoração dos 40 anos de libertação nacional de Moçambique, Angola, Cabo Verde, Guiné-Bissau e São Tomé e Príncipe, agendado para o início da tarde de sábado, dia 5.

Com Cuba socialista e os Cinco

No Palco Solidariedade do Espaço Internacional, importa ainda sublinhar o momento de solidariedade que ocorrerá na noite de sábado. Sob o lema «Cuba socialista, fim ao bloqueio! Comemoração da libertação dos cinco heróis», a iniciativa conta com a presença de Gerardo Hernández, um dos patriotas cubanos que foi condenado e esteve preso nos EUA no âmbito de um processo político.

De entre os Cinco antiterroristas, Gerardo Hernández era aquele que tinha a pena mais pesada: duas cadeias perpétuas acrescidas de 15 anos de reclusão. A 17 de Dezembro de 2014, acabou por ser libertado no âmbito de uma troca de prisioneiros entre Cuba e as autoridades norte-americanas, e devolvido à pátria juntamente com Ramón Labañino e Antonio Guerrero. Fernando e René González já haviam regressado a Cuba em 2014 e 2011, respectivamente, depois de cumprirem integralmente o tempo de cárcere a que foram sentenciados.

René González esteve o ano passado na Festa do Avante! participando numa sucessão de iniciativas que confirmaram o enorme prestígio que Cuba e o seu povo gozam entre os portugueses, assim como a expressiva solidariedade dos comunistas portugueses para com o país socialista e estes seus heróis em particular.

A presença de Gerardo Hernández na Festa do Avante! deste ano é, uma vez mais, uma oportunidade para o reiterar.

Momentos de solidariedade

Além do Espaço Internacional, pode dizer-se que toda a Festa é palco da solidariedade. Tanto assim é que entre sábado, 5, e domingo, 6, realizar-se-ão em seis espaços de outras tantas organizações regionais do PCP momentos de solidariedade para com os povos irmãos em luta, nomeadamente da Ucrânia (Porto), Colômbia (Braga), Saara Ocidental (Alentejo), Palestina (Setúbal), Chipre (Coimbra) e da Venezuela Bolivariana (Algarve).

Como momento de solidariedade especialmente destacado, está ainda agendado para o início da tarde de domingo, noCafé-concerto de Lisboa, um Acto de comemoração dos «40 anos da vitória do Vietname sobre a agressão do imperialismo norte americano».

O mundo na Festa

No Espaço Internacional será possível visitar stands, bares e restaurantes dos seguintes partidos e organizações: Partido Comunista Alemão, Partido «A Esquerda» (Alemanha), MPLA (Angola), Partido do Trabalho da Bélgica, Partido dos Trabalhadores (Brasil), Partido Comunista do Brasil, PAICV (Cabo Verde), Partido Comunista do Chile, Partido Comunista da China, AKEL (Chipre), Partido Comunista Colombiano, Partido Comunista de Cuba, Comunistas da Catalunha, Partido Comunista de Espanha, Partido Comunista Francês, Bloco Nacionalista Galego, Partido Comunista Britânico, Partido Comunista da Grécia, PAIGC (Guiné-Bissau), Partido do Povo do Irão, Partido da Refundação Comunista (Itália), Partido dos Comunistas Italianos, Partido Frelimo (Moçambique), Organização de Libertação da Palestina, Partido Comunista Peruano, Frente Polisário (Saara Ocidental), Fretilin (Timor Leste) e Partido Comunista da Turquia.

Em jornal «Avante!»